Galeão / Artigo 3q5s46
Antonio Carlos de Faria, 5a3o6o
editor do Diário do Porto
O presidente Lula chega ao fim de 2024 reclamando que a comunicação governamental não tem contribuído para que a população conheça as conquistas de seu terceiro mandato. Há quem duvide disso, mas a reclamação é verídica pelo menos quando se analisa a recuperação do Galeão. O fortalecimento do Aeroporto Internacional do Rio é fruto, acima de tudo, de uma decisão de Lula, a partir de uma inédita parceria com o prefeito Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro.
Hoje, o Galeão está na quarta posição entre os aeroportos brasileiros, considerando a movimentação de voos nacionais e do exterior. Em 2023, era o décimo colocado, quando Lula acatou os pedidos para regular os voos na cidade do Rio, transferindo linhas nacionais do Santos Dumont que foram criar conexões no Aeroporto Internacional. O resultado é que finalizaremos o ano com o Galeão batendo um recorde histórico de cerca de 4,7 milhões de ageiros em rotas internacionais, a maior movimentação desde 1977, ano de sua inauguração.
É bom entender as razões da decadência do Galeão até 2023. Ela foi consequência de uma política pública predatória, sacramentada em 2009, que permitiu que o mercado ditasse suas opções entre os dois aeroportos da cidade. Uma das consequências disso foi a estratégia de companhias aéreas de concentrarem voos internacionais em São Paulo, principalmente, transformando o Santos Dumont em um braço avançado do aeroporto de Guarulhos, deixando o Galeão às moscas.
Os efeitos dessa política foram devastadores para o Estado do Rio, contribuindo para agudizar os problemas estruturais da economia fluminense. O Rio, que é o ícone turístico brasileiro internacional, ou a só ser ível, na maior parte das vezes, por voos com conexão em São Paulo ou outros aeroportos, encarecendo e delongando as viagens. E as cargas áreas para a indústria e o comércio fluminense, por consequência, se tornaram mais caras, prejudicando os negócios e incentivando a migração das empresas.
É bom também lembrar que essa situação ficou ainda pior nos quatro anos do governo anterior, quando o ministro da Infraestrutura permitiu inflar mais o Santos Dumont, para torná-lo atrativo em um futuro leilão de concessão. Houve ainda maior concentração de linhas nacionais no aeroporto central da cidade, tirando do Galeão a alimentação de ageiros para linhas internacionais. Ou seja, um presidente residente no Rio e um ministro carioca não se sensibilizaram para um problema local que tem reflexos para todos os moradores do Estado e que acabava prejudicando a própria União, na medida em que desvalorizava o Galeão, um bem que continua sendo público, mesmo estando sob gestão de uma concessionária privada.
Os fatores e as pressões que levaram à decisão de Lula merecem ser estudados, para que possam ser replicados em outras situações. Tudo começou com a mobilização em 2020 da Assembleia Legislativa do Estado, a partir da movimentação do então diretor-geral, Wagner Victer, com a pronta adesão e liderança do então presidente, André Ceciliano, e do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha.
A mobilização teve o impulso de parte da mídia e ganhou força com a adesão de entidades empresarias, como a Fecomércio, Associação Comercial, Rio Indústria e Firjan. O movimento moldou a parceria pontual entre o prefeito e o governador, que juntos foram ao presidente da República em busca da solução que, ao final, foi determinada em julho de 2023, com efeitos positivos desde lá.
Galeão ainda sofre resistências 3j5h28
É preciso atentar que houve e continua havendo resistência contra o fortalecimento do Galeão. E elas partem de funcionários de segundo e terceiro escalões da máquina pública federal, que ainda atuam para propiciar ganhos aos concorrentes do Rio. Há também a escandalosa omissão da grande maioria dos parlamentares federais fluminenses, que não são capazes de articular um movimento em benefício do Estado como um todo. E por fim há também acadêmicos e consultores que ainda pregam que o mundo melhor é o da selvageria desregulamentada. Todos eles devem estar torcendo para que a recuperação fracasse. Alguns podem até mesmo estar trabalhando para isso.
Então, o Rio pode e deve comemorar a vitória conquistada, mas é preciso ficar atento e continuar as ações para consolidar o que já foi feito. Entre elas, por exemplo, segurança em qualquer horário no o e no Galeão, disciplina de táxis e aplicativos, além de serviços perfeitos para ageiros e trabalhadores do aeroporto.
Os saudosistas gostam de lembrar dos anos em que o Aeroporto Internacional do Rio era chamado de porta do Brasil, de preferência cantarolando o Samba do Avião, com que Tom Jobim tornou o Galeão internacionalmente célebre. Chega de saudades, vamos trabalhar.
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