Com o esvaziamento do Aeroporto Internacional do Galeão, o Rio vem se transformando em alimentador de hubs aéreos de Estados vizinhos, como os de São Paulo, Minas e Brasília. Essa é uma das conclusões de estudo elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que aponta como solução a limitação dos voos no aeroporto Santos Dumont, que aria a operar num sistema integrado com o Galeão.
A limitação do Santos Dumont a voos para São Paulo, Brasília e interior do Rio é uma das solicitações que será levada pelo prefeito Eduardo Paes diretamente ao presidente Lula. Os demais voos seriam transferidos para o Galeão, de forma a garantir conexões nacionais que alimentem voos internacionais.
Paes solicitou a Lula uma reunião sobre o tema, diante da falta de soluções pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França. O encontro entre Paes e Lula deve ser marcado nesta próxima semana. O ministro vem adotando respostas evasivas, misturando assuntos que nada têm a ver entre si. Um exemplo é a sua insistência de querer primeiro resolver a prorrogação ou não da concessão do Galeão, ignorando que a limitação do Santos Dumont deva ocorrer com qualquer que seja o concessionário do aeroporto internacional do Rio.
De acordo com o estudo da Firjan, de 2021, ao longo dos anos, cerca de 80% da oferta de voos nacionais ou a se concentrar no aeroporto central da cidade, o Santos Dumont. A concentração faz com que 65% dos ageiros embarcados no Santos Dumont sejam alimentadores de conexões em aeroportos de outros Estados. Já estudos do setor aéreo mostram que são necessários pelo menos seis voos nacionais para alimentar uma rota em aeroporto internacional. A ausência desses voos é a causa do esvaziamento do Galeão.
Galeão esvaziado dá prejuízo de pelo menos R$ 4,5 bilhões para o Rio 8ys
Essa situação prejudica não só os ageiros que têm origem ou destino no Rio, mas também outros setores da economia do Estado, pois é pelo Galeão que am 25% das importações feitas pelas empresas estaduais. A falta de voos internacionais no Rio encarece as importações dos segmentos farmacêutico, petroquímico e de máquinas e equipamentos, entre outros. Segundo a Firjan, com o enfraquecimento do Galeão, o Estado do Rio deixa de gerar cerca de R$ 4,5 bilhões por ano.
Uma solução para o problema vem sendo adiada pelo ministro Márcio França, que desmarcou reunião no mês ado com o governador e o prefeito do Rio. Sua declaração mais recente, de que o Governo Federal pretende limitar os voos no Santos Dumont a 9 milhões de ageiros, é na verdade manter esse aeroporto próximo da superlotação atual, de cerca de 10 milhões de ageiros, em 2022.
Nesse quadro de falta de iniciativa do ministro, chama a atenção que concessionárias de aeroportos de outros Estados e a entidade que representa as companhias aéreas queiram ser ouvidas no debate sobre um problema que afeta os moradores e a economia do Rio. O estudo da Firjan mostra o motivo desse interesse. O Rio se tornou uma peça em um arranjo negocial externo, no qual se espera que ele forneça ageiros para garantir a lucratividade de aeroportos em outros Estados.
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